Dra. Neliana Buzi Figlie

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Este  artigo de  William Miller explora a relação entre a Entrevista Motivacional (EM) e seis amplos valores humanos: compaixão, respeito, equidade, potencial humano, valorização …

Contexto: Os enfermeiros hospitalares muitas vezes enfrentam desafios ao ensinar os idosos sobre estratégias de prevenção de quedas. O objetivo deste projeto foi …

As premissas básicas que auxiliam o profissional na prática da EM são: A EM oferece a perspectiva de reconhecer as potencialidades do …

1. Perguntas úteis. Sempre que você começar a refletir sobre uma consulta, ou melhor ainda olhar a si mesmo em uma gravação, …

Pensando na ideia de uma leitura proveitosa para familiares (pais, esposos ou esposas, filhos e até avós) que convivem com alguém com …

Objetivo: Entender a validade de conteúdo da Entrevista Motivacional (EM) como um conceito e a ênfase relativa de aspectos específicos da EM …

Perguntar-Oferecer-Pedir:O uso da estrutura Perguntar – Oferecer – Perguntar oriunda do Evocar – Prover – Evocar (EPE), fornece uma intervenção que permite …

Dois estudos meta-analíticos recentes e uma revisão sistemática avançaram nossa compreensão da eficácia dos esforços no treinamento de EM até o momento.  …

Os jovens sempre irão interagir com pessoas que estarão preocupadas com sua saúde e integridade. Estas pessoas, na maioria das vezes, não …

Este editorial discorre sobre a entrevista motivacional para o tratamento do uso de substâncias. A entrevista motivacional (EM) foi estabelecida como uma …

A motivação para a mudança é um componente chave na abordagem do uso indevido de substâncias. O TIP, atualizado em 2019, reflete …

Uma conversa de 10-15 minutos, que oferece um breve conselho sobre os benefícios da mudança costuma ser chamado de ” intervenção breve.” …

O Espirito da Entrevista Motivacional A fim de facilitar ainda mais a compreensão da Entrevista Motivacional , Miller e Rollnick elaboram o “Espírito da EM”, que envolve um estilo colaborativo, evocativo e com respeito à autonomia do cliente, a destacar: Parceria ; Aceitação; Evocação e Compaixão. 1. Parceria: A EM é feita “com” e não “para” a pessoa. Trata-se de um elemento que reforça a necessidade do terapeuta interagir e se interessar pela história e evolução do cliente e não se ater a uma conduta prescritiva. Nesta perspectiva, a EM convida o profissional a construir em seu trabalho uma postura equilibrada na tensão entre seguir o indivíduo e também, guiá-lo. O profissional e o cliente procuram saídas juntos. 2. Aceitação: Para a compreensão da EM, a aceitação tem forte influência nas obras de Carl Rogers e propõe que o profissional se interesse e valorize o potencial de cada indivíduo. Aceitar a pessoa não significa necessariamente que o profissional aprova ou endossa o status quo ou as ações do cliente, ou seja, se o profissional aprova ou reprova é irrelevante. A aceitação consiste no reconhecimento do valor absoluto que o cliente dá aos seus argumentos e razões, na empatia acurada, no suporte à autonomia do cliente e no reforçamento positivo de falas, e posturas em prol da saúde e integridade de vida do cliente. Não cabe ao profissional o julgamento, tampouco a imposição ou influência de suas próprias ideias. O julgamento, bem como outras abordagens, faz com que o profissional não escute o cliente e sim, a si mesmo (aos seus próprios valores, percepções do que seja certo ou errado, melhor ou pior para o outro, suposições e/ou interpretações). Este processo faz com que o profissional atue com uma intervenção prescritiva. A proposta da EM é que, no final das contas, o cliente escute a si mesmo e se dê conta de suas motivações e ambivalências, assumindo uma decisão perante seu comportamento de risco. Para que o processo de aceitação se fortaleça, os autores sugerem ainda a necessidade de fortalecer o apoio à autonomia, na medida em que o profissional respeita a autonomia do cliente e reconhece sua capacidade de direcionar a própria vida. Para alguns profissionais este movimento pode ser difícil de ser feito, quando o cliente pode fazer escolhas e tomar atitudes que, na visão do profissional, não corresponderia ao que haveria de melhor para o seu cliente. Mesmo motivado por boas intenções, agindo desta forma o profissional corre o risco de induzir, coagir ou controlar o cliente, desconstruindo assim, o processo de aceitação. Finalmente, para a EM a aceitação se completa quando há o movimento de afirmação pelo profissional, quando este busca reconhecer os pontos fortes da pessoa e reforçá-los de forma positiva. 3. Evocação: Evocar as forças que motivam a pessoa, ao invés de persuadir. Evocar quer dizer lembrar, recordar. Motivação vem de motivo, que quer dizer aquilo que pode fazer mover, motor que causa ou determina alguma coisa. A motivação é um recurso interno. A evocação traz a proposta de ajudar o cliente a se recordar de elementos próprios e únicos que podem se tornar motivos para que haja uma mudança de comportamento. A mensagem implícita é “Você tem o que você precisa para a mudança e juntos, iremos encontrá-la”. Dentro dessa perspectiva é particularmente importante focar na compreensão das forças da pessoa e em seus recursos invés de focar em seus déficits. 4. Compaixão: O conceito de compaixão, para a EM, não está em um sentimento pessoal que o profissional deve desenvolver pelo seu cliente. Para os autores, o profissional compassivo é aquele que promove ativamente o bem-estar do outro, colocando-o como prioridade antes dele próprio. Na contemporaneidade, nos mais diferentes segmentos e tipos de serviços, o profissional compassivo é identificado como aquele que não no cliente mais um número, mais um caso ou mais uma fonte de renda: vê no cliente uma pessoa única, prioritária e cheia de possibilidades. O alvo final de cada encontro é o cliente e não deve ser endereçado em momento algum para a satisfação dos próprios interesses do profissional. A compaixão pode ser compreendida como um meio de tentar fazer o profissional se aproximar mais verdadeiramente da pessoa e não do problema dela. Uma vez que o profissional consegue ter acesso à unicidade de cada um, torna-se possível uma melhor compreensão das complexidades individuais que dificultam as mudanças de comportamento. É um ato de aproximar-se para verdadeiramente ajudar. Os autores reforçam o convite para “colocar a mão na massa” JUNTO com a pessoa e não PELA pessoa. Por isso eles também propõem a parceria. Referência: MILLER, W. R.; ROLLNICK, S. Motivational Interview – helping people change. 3. ed. New York: The Guilford Press, 2013.