Dra. Neliana Buzi Figlie

Blog

Autores: Andrade, ALM; De Micheli, D; Silva, EA; Lopes, FM; Pinheiro, BO; Reichert. Editora CRV, 2021 Este livro tem como objetivo principal …

A entrevista motivacional é uma forma de estar com as pessoas e não é outra “escola” de psicoterapia. No entanto, assim como …

Exemplo: Em uma escala de 0 a 10, com 0 não sendo sem importância e 10 muito importante, quanto você deseja [parar …

VALE E PENA LER …

A escolha é sua: e quanto à maconha? Diário ajuda os clientes a reavaliar seu uso E a maconha? É uma questão na mente de …

Mudar é difícil. Por muito tempo, os psicoterapeutas pensaram que a chave para fazer os pacientes mudarem era ajudá-los a identificar as …

O Baralho de Valores Pessoais foi criado em 2001 por William R. Miller, Janet C’de Baca, Daniel B. Matthews e Paula L. …

Na compaixão, o sofrimento é um sinal de angústia e o apropriado repertorio comportamental envolve a aquisição de sabedoria e habilidades para …

Objetivo: O presente estudo revisa sistematicamente as evidências de um modelo causal sugerido por Miller e Rose para explicar a eficácia da …

Usando as Melhores Práticas para Abordar a Hesitância à Vacina COVID-19: O Caso para a Abordagem de Entrevista Motivacional Using Best Practices …

O uso da Entrevista motivacional nos esportes – Treinando atletas para darem o melhor de si Para se mensurar um grande treinador é …

O Espirito da Entrevista Motivacional A fim de facilitar ainda mais a compreensão da Entrevista Motivacional , Miller e Rollnick elaboram o “Espírito da EM”, que envolve um estilo colaborativo, evocativo e com respeito à autonomia do cliente, a destacar: Parceria ; Aceitação; Evocação e Compaixão. 1. Parceria: A EM é feita “com” e não “para” a pessoa. Trata-se de um elemento que reforça a necessidade do terapeuta interagir e se interessar pela história e evolução do cliente e não se ater a uma conduta prescritiva. Nesta perspectiva, a EM convida o profissional a construir em seu trabalho uma postura equilibrada na tensão entre seguir o indivíduo e também, guiá-lo. O profissional e o cliente procuram saídas juntos. 2. Aceitação: Para a compreensão da EM, a aceitação tem forte influência nas obras de Carl Rogers e propõe que o profissional se interesse e valorize o potencial de cada indivíduo. Aceitar a pessoa não significa necessariamente que o profissional aprova ou endossa o status quo ou as ações do cliente, ou seja, se o profissional aprova ou reprova é irrelevante. A aceitação consiste no reconhecimento do valor absoluto que o cliente dá aos seus argumentos e razões, na empatia acurada, no suporte à autonomia do cliente e no reforçamento positivo de falas, e posturas em prol da saúde e integridade de vida do cliente. Não cabe ao profissional o julgamento, tampouco a imposição ou influência de suas próprias ideias. O julgamento, bem como outras abordagens, faz com que o profissional não escute o cliente e sim, a si mesmo (aos seus próprios valores, percepções do que seja certo ou errado, melhor ou pior para o outro, suposições e/ou interpretações). Este processo faz com que o profissional atue com uma intervenção prescritiva. A proposta da EM é que, no final das contas, o cliente escute a si mesmo e se dê conta de suas motivações e ambivalências, assumindo uma decisão perante seu comportamento de risco. Para que o processo de aceitação se fortaleça, os autores sugerem ainda a necessidade de fortalecer o apoio à autonomia, na medida em que o profissional respeita a autonomia do cliente e reconhece sua capacidade de direcionar a própria vida. Para alguns profissionais este movimento pode ser difícil de ser feito, quando o cliente pode fazer escolhas e tomar atitudes que, na visão do profissional, não corresponderia ao que haveria de melhor para o seu cliente. Mesmo motivado por boas intenções, agindo desta forma o profissional corre o risco de induzir, coagir ou controlar o cliente, desconstruindo assim, o processo de aceitação. Finalmente, para a EM a aceitação se completa quando há o movimento de afirmação pelo profissional, quando este busca reconhecer os pontos fortes da pessoa e reforçá-los de forma positiva. 3. Evocação: Evocar as forças que motivam a pessoa, ao invés de persuadir. Evocar quer dizer lembrar, recordar. Motivação vem de motivo, que quer dizer aquilo que pode fazer mover, motor que causa ou determina alguma coisa. A motivação é um recurso interno. A evocação traz a proposta de ajudar o cliente a se recordar de elementos próprios e únicos que podem se tornar motivos para que haja uma mudança de comportamento. A mensagem implícita é “Você tem o que você precisa para a mudança e juntos, iremos encontrá-la”. Dentro dessa perspectiva é particularmente importante focar na compreensão das forças da pessoa e em seus recursos invés de focar em seus déficits. 4. Compaixão: O conceito de compaixão, para a EM, não está em um sentimento pessoal que o profissional deve desenvolver pelo seu cliente. Para os autores, o profissional compassivo é aquele que promove ativamente o bem-estar do outro, colocando-o como prioridade antes dele próprio. Na contemporaneidade, nos mais diferentes segmentos e tipos de serviços, o profissional compassivo é identificado como aquele que não no cliente mais um número, mais um caso ou mais uma fonte de renda: vê no cliente uma pessoa única, prioritária e cheia de possibilidades. O alvo final de cada encontro é o cliente e não deve ser endereçado em momento algum para a satisfação dos próprios interesses do profissional. A compaixão pode ser compreendida como um meio de tentar fazer o profissional se aproximar mais verdadeiramente da pessoa e não do problema dela. Uma vez que o profissional consegue ter acesso à unicidade de cada um, torna-se possível uma melhor compreensão das complexidades individuais que dificultam as mudanças de comportamento. É um ato de aproximar-se para verdadeiramente ajudar. Os autores reforçam o convite para “colocar a mão na massa” JUNTO com a pessoa e não PELA pessoa. Por isso eles também propõem a parceria. Referência: MILLER, W. R.; ROLLNICK, S. Motivational Interview – helping people change. 3. ed. New York: The Guilford Press, 2013.