Como, para quê e para quem funciona a entrevista motivacional? Ao longo de quatro décadas inúmeras pesquisas acumularam-se para responder essas questões. Essa literatura pode ser resumida em três partes:
1. A eficácia da entrevista motivacional em ensaios clínicos.
2. A eficácia relativa da entrevista motivacional quando comparada a outras abordagens.
3. Estudos sobre eficácia clínica – quanto o método mantém-se em práticas comunitárias, fora das condições controladas da pesquisa clínica.
Este livro tem como objetivo principal respaldar profissionais e estudantes de diversas áreas do conhecimento com os principais temas no que se refere ao binômio droga e comportamento humano. Trata-se de uma obra de relevância acadêmico-cientifica, tanto para profissionais da área clínica, da área acadêmica e o público em geral uma vez que contempla as diferentes esferas e dimensões relacionadas ao uso de substâncias, desde o histórico do consumo (visão histórico-antropológica), passando pela farmacologia, aspectos neurobiológicos, psicológicos e sociais, finalizando com as políticas públicas sobre o tema.
Neliana B. Figlie e Janaina Turisco escreveram Entrevista Motivacional no Tratamento de Dependentes de Substâncias: fundamentos clínicos para o aumento da adesão.
As autoras mostram que a Entrevista Motivacional é uma abordagem que possui uma base teórica e não é meramente um conjunto de técnicas. Trata-se de uma abordagem de aconselhamento com uma metodologia prática e objetiva, que pode ser conduzida por qualquer profissional, desde que capacitado para tal. Diante disto, por meio de testes e adaptações com rigor científico, a Entrevista Motivacional almeja, além da mudança no comportamento, agregar uma visão humanista e construtivista nas modificações de comportamentos de risco.
A entrevista motivacional é uma forma de estar com as pessoas e não é outra “escola” de psicoterapia. No entanto, assim como em outros tipos de psicoterapia, o objetivo é facilitar a mudança terapêutica.
Embora a entrevista motivacional seja fortemente enraizada na terapia centrado no cliente de Carl Rogers, ela também compartilha semelhanças com outras abordagens. A entrevista motivacional e as terapias psicanalíticas consideram a ambivalência e a resistência fontes de informações significativas que podem ser usadas produtivamente na terapia. Contudo, elas são bastantes distintas quanto aos tipos de informações que consideram importantes e à maneira como trabalham a ambivalência.
Nas teorias psicanalíticas, a ambivalência costuma ser concebida como um conflito, em geral inconsciente, entre partes da personalidade. Em uma compreensão psicodinâmica, a ambivalência proporciona informações sobre conflitos reprimidos que são transportados do passado, bem como ameaças a uma autoimagem estável, crenças patogênicas, medo da mudança e ganhos secundários. Diferentemente, a entrevista motivacional está muito mais no aqui e agora, sem um ponto de vista anterior sobre os porquês da resistência e a ambivalência. A ambivalência e a resistência não são vistas como patológicas. Em entrevista motivacional, o importante é entender a perspectiva do cliente quanto aos prós e contras da mudança.
Na terapia cognitivo-comportamental, a resistência e a ambivalência não são apresentadas com um status em especial. Entretanto, alguns terapeutas comportamentais, como Patterson e Forgatch, atribuíram a resistência a uma conceituação cognitiva disfuncional. Exemplo: quando um cliente depressivo não faz as tarefas de casa, terapeutas cognitivos buscam crenças e esquemas que possam estar causando tal resistência, como pessimismo, vulnerabilidade, entre outros. Em contraste com a entrevista motivacional, a terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem razoavelmente didática que enfatiza a educação dos clientes para novos comportamentos e maneiras de corrigir crenças disfuncionais. O terapeuta cognitivo-comportamental é considerado um perito que pode orientar o cliente a facilitar a mudança.
A entrevista motivacional envolve mais parceria do que uma relação, com o potencial de intensificar a eficácia de outras terapias. Estratégias da terapia cognitivo-comportamental (como estruturar as atividades entre as sessões) e das terapias (como apresentar interpretações), podem ser conduzidas no contexto de uma postura relacional que é mais coerente com a entrevista motivacional do que uma postura direcionada por um especialista. Potencialmente, usando o estilo da entrevista motivacional, pode se reduzir a resistência e a defesa e estimular gatilhos internos para a mudança, intensificando dessa forma os resultados de outras terapias.
Referência:
Entrevista Motivacional no Tratamento de Problemas Psicológicos. Hal Arkowitz; Henny A. Westra; William Miller; Stephen Rollnick. São Paulo: Roca, 2011.
O modelo Risco-Necessidade-Responsividade (RNR) fornece uma abordagem empiricamente validada para reduzir riscos e redução de reincidências. Por meio de estudos ao longo do tempo, os dois primeiros princípios de Risco e Necessidade foram bem desenvolvidos e expandidos. O terceiro princípio fundamental da Responsividade tem sido esquecido e ficou para trás, embora atue com o envolvimento do ofensor e motivação. A boa notícia para o tratamento correcional é que o foco no princípio de responsividade tem aumentado e se expandido. Compreender o valor do envolvimento e da motivação do infrator gerou uma expansão da responsividade. Numerosos estudos têm evidenciado que as reduções na reincidência vêm da combinação de controle e aliança para estabelecer uma abordagem sintética ou híbrida, com a participação da equipe de supervisão que recebe o nome de “dupla relação.” Este artigo irá apontar as recomendações dos autores do modelo RNR para com o uso da Entrevista Motivacional (EM) em ambientes correcionais. A EM atesta uma capacidade de aumentar a prontidão do infrator para mudança, oferecendo métodos de prática direta no estabelecimento de ¨dupla relação¨. A abordagem da EM evoca o princípio de responsividade, que levou a denominação de um “ajuste natural” para correções da comunidade. Neste artigo, os vários benefícios que a EM oferece ao processo de reabilitação são detalhados.
Referência:Michael D. Clark. EMPOWERING RISK REDUCTION: INCREASING RESPONSIVITY WITH MOTIVATIONAL INTERVIEWING. Advancing Corrections Journal: Edition #10-2020. www.icpa.org
Exemplo: Em uma escala de 0 a 10, com 0 não sendo sem importância e 10 muito importante, quanto você deseja [parar de fumar / parar de beber / mudar de emprego/ iniciar atividade física, etc] hoje?
O esperado seria tentar trabalhar o aumento do compromisso com a mudança ou habilidades para mudar . No entanto, este tipo de postura pode dar origem ao que denominamos de falas de permanecia ou sustentação porque mantém as pessoas focadas em todos os motivos pelos quais não mudam ou não podem mudar, em vez de evocar os motivos pelos quais desejam mudar.
Então, o que a Entrevista Motivacional sugere?
Pergunte ao seu cliente por que seu desejo não é menor.
Você diz que seu compromisso com a mudança é um 4. Por que não é um 0 ou 1?
É uma mudança simples, mas o efeito é altamente profundo. De repente, em vez de insistir em todas as coisas que dificultam a mudança, o cliente se lembrará e expressará as razões pelas quais deseja mudar, e com isso, ele se torna um defensor da mudança e não o profissional.
A escolha é sua: e quanto à maconha? Diário ajuda os clientes a reavaliar seu uso
E a maconha? É uma questão na mente de clientes e conselheiros. Em um extremo está a ideia de que a cannabis é uma droga inofensiva, muito menos perigosa do que o tabaco ou o álcool. No outro extremo está uma perspectiva de tolerância zero – nenhum uso de qualquer droga psicoativa é aceitável. A maioria das pessoas se encontra em algum lugar no meio.
Então, o que dizemos aos nossos clientes? Essa é a pergunta que tínhamos em mente ao desenvolver o Jornal Interativo E sobre a maconha? como um recurso clínico. Este Jornal não é uma ferramenta de prevenção universal, mas foi elaborado especificamente para ser ministrado a clientes que já estejam usando cannabis , muitas vezes em combinação com outras drogas. Pode ser usado como uma intervenção independente ou discutido como parte do aconselhamento individual ou em grupo.
Desenvolvemos este diário interativo a partir de uma perspectiva de entrevista motivacional, convidando os clientes a dar uma olhada honesta em seu próprio uso de maconha e a tomar suas próprias decisões. Na verdade, essa liberdade de escolha não pode ser retirada. Dizer às pessoas “você não pode” é tão ineficaz quanto punição ou táticas de intimidação. É melhor dizer a verdade e reconhecer que as pessoas vão decidir por si mesmas.
Então, qual é a verdade sobre a maconha? Há um grande e crescente corpo de literatura de pesquisa que, sem surpresa, oferece resultados mistos. Fazemos nosso melhor neste Journal para oferecer uma avaliação justa e ajudar os clientes a pesar suas próprias motivações atuais para o uso em comparação com os riscos potenciais. Oferecemos uma autoavaliação com feedback individual, bem como correção de normas para contrabalançar a superestimativa comum dos usuários sobre a prevalência do uso de maconha. Os clientes podem comparar sua própria experiência com os sintomas diagnósticos de um transtorno por uso de substâncias. Em termos de riscos potenciais, incluímos seções baseadas em evidências sobre os efeitos do uso de maconha na saúde física, cérebro, sono, direção, relacionamentos, motivação e doença mental. Incluímos informações de autoavaliação sobre tolerância, bem como dependência física e psicológica.
Em uma seção final, pedimos aos leitores que avaliem sua importância e confiança para a mudança, oferecendo um menu de estratégias de automudança para escolher. Os leitores são convidados a considerar os efeitos positivos que esperavam experimentar com a maconha – e a explorar caminhos livres de drogas ou “novos caminhos” como alternativas.
No final das contas, as escolhas dos clientes são deles. Este diário é um recurso honesto para a ciência, construído em um método clínico baseado em evidências para ajudar as pessoas a fazerem escolhas saudáveis.
Referência: It’s Your Choice: What About Marijuana? Journal Helps Clients Reevaluate Their Use
Mudar é difícil. Por muito tempo, os psicoterapeutas pensaram que a chave para fazer os pacientes mudarem era ajudá-los a identificar as barreiras que os impediam. A teoria era oferecer ajuda na identificação dos motivos que impedem a mudança de modo a encontrar uma maneira de eliminá-los, superá-los ou evitar esses obstáculos. Tudo o que você precisava fazer era continuar falando até que todas as barreiras psicológicas e não psicológicas fossem identificadas e removidas, e então o paciente faria as mudanças que tanto desejava e precisava fazer.
Apenas, não funcionou. Muitas barreiras foram identificadas e muitas foram superadas, mas as pessoas ainda tinham problemas para mudar. Além disso, parecia haver um estoque infinito de razões para não mudar. Justamente quando alguém superava um desafio, outro surgia em seu lugar.
Então, um dia, dois profissionais brilhantes, William R. Miller e Stephen Rollnick, tiveram uma ideia. E se o motivo de estarmos tendo tantos problemas para fazer as pessoas mudarem é porque passamos todo o nosso tempo falando sobre motivos para não mudar, em vez de motivos para mudar? E se estivermos realmente persuadindo os pacientes de que a mudança não é desejável ou possível?
Essa ideia se tornou a base para uma nova teoria que dizia que, quando se trata de transformar seu comportamento, as pessoas são ambivalentes. Existem pessoas que desejam se comportar de maneira diferente, ao mesmo tempo que existem outros que desejam continuar do jeito que estão. A melhor maneira de ajudá-los a alcançar a transformação é apoiar e nutrir o que estas pessoas querem mudar, e não focar apenas o que as impede de mudar.
O Baralho de Valores Pessoais foi criado em 2001 por William R. Miller, Janet C’de Baca, Daniel B. Matthews e Paula L. Wilbourn, com o objetivo de incentivar a exploração de valores pessoais de modo a eliciar a fala de mudança, que é precursora da modificação de comportamentos, segundo o referencial da Entrevista Motivacional.
Em 2011, foi atualizado para incluir mais valores até a versão atual. Vale destacar que a versão aqui disponibilizada foi adaptada a realidade brasileira por Neliana Buzi Figlie, além de contar com os feedbacks obtidos por parte de profissionais brasileiros que realizaram o Treinamento em Entrevista Motivacional.
Tem como objetivo classificar 100 valores em grau de importância de modo a incentivar a exploração de valores pessoais. Uma vez que os valores foram classificados e priorizados, segue um questionamento reflexivo por meio de perguntas que podem ser em formato escrito ou verbal, com vistas a aprofundar a conexão de valores para qualquer crescimento individual ou profissional.
Veja alguns exemplos:
Como que os valores que você escolheu se alinham com as suas escolhas de vida?
Como que os valores que você escolheu se alinham com as suas escolhas profissionais ou sua situação de tratamento – vida?
Se houver um desalinhamento de valores para as escolhas, que mudanças você poderia fazer para trazê-los de volta para o alinhamento?
Partilhar os seus valores com terceiros, facilita a explicação do seu significado pessoal de cada valor.
Referências: Miller, W. R.; Rollnick, S. Motivational Interview – helping people change. 3. ed. New York: The Guilford Press, 2013.
Na compaixão, o sofrimento é um sinal de angústia e o apropriado repertorio comportamental envolve a aquisição de sabedoria e habilidades para atuação preventiva ao aliviar o sofrimento do outro. Todos os motivos, sejam quais forem (alimentação, sexo, status econômico, saúde) são envolvidos com sensibilidade e com apropriado repertorio comportamental. O valor do carinho envolvente para o outro tem vantagens potenciais de sobrevivência e ajuda que culminam na cooperação mútua.
A ideia é explorar e envolver o cliente no processo de mudança ao identificar suas necessidades e competências com compaixão. O ser humano evoluiu competências sociais inteligentes que são importantes para o engajamento e ação de prevenção do sofrimento.
Este estudo embasa o valor da compaixão na saúde física e mental e nas relações sociais, que proliferaram nos últimos 25 anos. Embora existam várias conceitualizações e medidas de compaixão, este estudo desenvolve três novas medidas de competências de compaixão derivadas de uma abordagem evolucionária e motivacional. As escalas avaliam 1. a compaixão que sentimos pelos outros; 2. a compaixão que sentimos dos outros; e 3. a autocompaixão com base em uma definição padrão de compaixão como uma ‘sensibilidade ao sofrimento em si mesmo e nos outros com o compromisso de tentar aliviar e prevenir ‘.
Referência: Gilbert, P., Catarino, F., Duarte, C. et al. The development of compassionate engagement and action scales for self and others. J of Compassionate Health Care4, 4 (2017). https://doi.org/10.1186/s40639-017-0033-3
Apesar dos avanços recentes na pesquisa em reabilitação, mover as evidências para a prática clínica continua sendo um desafio. Este artigo explora uma nova abordagem para a tradução do conhecimento (KT) com a utilização da entrevista motivacional (EM). EM é um estilo de comunicação normalmente usado para facilitar a mudança de comportamento relacionada à saúde dos pacientes. O artigo explora seu uso potencial como uma intervenção KT destinada a médicos.
Métodos: A literatura relevante sobre EM e KT é resumida e discutida considerando como a EM pode ser usada em uma estratégia de KT destinada a médicos de reabilitação.
Resultados: A motivação do clínico e a prontidão para mudar são questões-chave que influenciam a implementação da prática baseada em evidências. O artigo sugere que a prontidão dos médicos para mudar as práticas clínicas pode ser potencialmente aumentada por meio de EM. A estrutura conceitual, os princípios e as estratégias da EM, normalmente usados em pacientes, são discutidos aqui no contexto de aprimorar a mudança clínica na prática.
Conclusões: EM é uma intervenção eficaz quando o objetivo é motivar os indivíduos a mudar um comportamento. Sugerimos que a EM é uma intervenção baseada em evidências que tem se mostrado eficaz na comunicação com pacientes e justifica o estudo como uma intervenção KT promissora.
Referência: Shalini Lal, Nicol Korner-Bitensky. Motivational interviewing: a novel intervention for translating rehabilitation research into practice. Behav Cogn Psychother 2015 Mar;43(2):129-41. doi: 10.1017/S1352465813000878.
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