A entrevista motivacional (EM) é um estilo de comunicação que tem uma maneira única de ver a dicotomia entre paciente e profissional em comparação com o modelo médico tradicional. O núcleo da EM é seu “espírito”, que é definido por estes elementos: parceria, aceitação, colaboração e evocação. Esta é a mentalidade e o “coração” subjacente à prática. Compreender e experimentar o espírito da EM é o passo mais fundamental no processo de aprendizagem dela. Adotar o espírito da EM fornece uma base para o processo cumulativo de aprendê-lo. O espírito da EM oferece um contexto e é adequado ao papel do praticante como um “ajudante”. Aprender como facilitar a mudança de comportamento é uma experiência gratificante e transformadora para muitos profissionais: “Essa abordagem provavelmente mudará você”. Frequentemente, tendemos a ver os pacientes como um “conjunto de problemas mecânicos” que requerem ajuste e correção pelo profissional; na verdade, os pacientes são indivíduos cujos comportamentos são influenciados por seu próprio sistema de valores e motivações. Isso pode levar a um alto nível de discórdia, pois os profissionais geralmente tentam impor seus objetivos e valores, em vez de trabalhar em colaboração com os pacientes, focando nos próprios objetivos dos pacientes e respeitando sua autonomia. Refletir cuidadosamente sobre como abordamos os pacientes ─ “maneira à beira do leito” ─ é um componente essencial na avaliação do conhecimento, habilidades e atitudes do profissional em relação a EM.
Referência:
Cheng, Jin; Becker, Claire; Douaihy, Antoine. Learning and experiencing motivational interviewing. In Motivational interviewing in HIV care., 2020.
