Dra. Neliana Buzi Figlie

Nos tipos de ambivalência loja de doces, a armadilha, o ioiô e o pêndulo, a maioria das decisões que você toma, grandes ou pequenas, envolve diversas motivações de largada ou parada, algumas das quais podem entrar em conflito umas com as outras. 

A ambivalência pessoal e pública se desenvolveu drasticamente durante a pandemia de covid-19, com consequências de vida ou morte. A nova ameaça era um vírus invisível a olho nu, capaz de causar doenças graves ou morte, que poderia ser contraído por inalação ou mesmo pelo contato com superfícies infectadas. Mais ameaçadoramente, os portadores do vírus podem infectar outras pessoas sem nunca apresentar sintomas. As medidas de saúde pública para proteger uns aos outros logo ficaram claras: usar máscara perto de outras pessoas, manter distanciamento social, lavar as mãos com frequência, ficar em casa quando possível, fazer o teste em caso de dúvida e colocar-se em quarentena se exposto. Fazer isso exigia uma interrupção importante e desagradável das rotinas familiares e dos negócios de sempre. Mesmo tarefas simples, como ir ao mercado, uma igreja ou um restaurante, tornaram-se decisões ambivalentes e potencialmente fatais. 

O drama da ambivalência normalmente surge na linguagem — seja falando consigo mesmo, como se estivesse em um Tribunal Interno conversando sobre o assunto com outras pessoas. Ele se desenrola como um diálogo de motivações de largada e parada, ao falar consigo mesmo ou com outras pessoas sobre a mudança. Os motivos que fazem você se mover em uma ou outra direção são refletidos e expressos em tipos particulares de fala. 

Certas palavras são facilmente reconhecíveis por serem a forma como nos comunicamos uns com os outros quando solicitamos, consideramos e decidimos sobre mudanças. Você já conhece o significado dessas formas de falar apenas pelo fato de ter crescido e vivido em sociedade, em que fazem parte da cooperação cotidiana. No entanto, você pode não ter considerado os importantes tipos diferentes de linguagem cotidiana que são usados para comunicar e pesar os braços da ambivalência. 

Referência:

Miller, W. Pensando melhor… Como a ambivalência molda sua vida. Porto Alegre: Artmed, 2024.

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