Dra. Neliana Buzi Figlie

EM é um estilo de comunicação composto por um conjunto de habilidades para enfrentar diversos desafios e mudanças de comportamentos . Não é a ferramenta certa para cada paciente ou cada problema, mas mesmo assim é capaz de ser integrada na prática diária. Por exemplo, você pode usar a EM para melhorar a maneira como você oferece informações e conselhos e para tal é essencial se
envolver em um estilo direcional de orientação para obter o melhor de seus pacientes, ajudando-os a dizer o que querem e o que precisam.

O estilo direcional de guiar prediz um efeito benéfico no profissional e bem-estar no cliente. Difere do estilo diretivo, que por vezes pode suscitar argumentação e discordância na relação paciente – profissional, uma vez que no estilo diretivo a mudança é pré determinada e no estilo direcional, o cliente define a mudança, por isso ele é cliente e não paciente.

O que geralmente está por trás de uma abordagem prescritiva é algo definido como o “reflexo de correção” – uma quase inconsciente inclinação para consertar as coisas e corrigi-las, um hábito arraigado que envolve o desejo de fazer o melhor para as pessoas.

Ajudar pessoas a mudar envolve mais do que simplesmente consertar coisas que estão erradas. Envolve reconhecer seu livre arbítrio e então dar-lhes ferramentas para fazer o conserto por conta própria.

Uma maneira de tirar o máximo proveito das conversas com os clientes sobre mudança é você funcionar como um guia, sempre mostrar apreço sobre o que dizem ou mostram.  E isso envolve o uso de seu próprio conhecimento e sabedoria sobre como eles possam  fazer mudanças direcionadas a  melhoria na saúde e bem-estar.

Do seu lado, isso envolverá compaixão e habilidade clínica porque é preciso funcionar como um time, em parceria, em que juntos você e seu cliente fazem o melhor jogo.

EM pode ajudar em conversas breves ou longas; sozinha ou combinada com outros referenciais; e usada todos os tipos de profissionais, tanto iniciantes quanto experientes.

Uma boa prática significa não apenas cuidar dos cientes, mas também cuidar de si mesmo.

Referência:

Rollnick, S., Miller, W. R., & Butler, C. C. (2022). Motivational interviewing in health care: Helping patients change behavior. NY: Guilford Press, 2nd edition.

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