As respostas do cliente às perguntas abertas e a provisão de informações e orientações podem começar a dar origem a um plano de mudança e o seu desenvolvimento envolve determinação de metas, análise das opções e montagem de um plano, a seguir:
1.Determinação de metas: o primeiro passo é determinar metas claras, com perguntas-chave (como você gostaria que as coisas fossem diferentes? Se tivesse certeza de sucesso total, o que mudaria?). Mais uma vez: as metas devem ser do próprio cliente. É mais indicada uma forte aliança de trabalho e começar pelo que é importante para ele. São muito comuns situações em que o terapeuta quer abstinência total e o cliente se recusa ou resiste. O importante é acompanhar o cliente, definindo metas aceitáveis e viáveis que representem progressos no caminho para a recuperação.
- Análise das opções: uma vez que as metas estejam claras e definidas, convém analisar os meios de alcançá-las. Vale ressaltar que essa primeira escolha pode não ser a melhor e é importante preparar o cliente para a possibilidade de mudanças ou adaptações ao longo do caminho.
- Elaboração de um plano de mudança: pode ser útil preencher com o cliente um formulário com o plano de mudança. Ver modelo a seguir:
Plano de mudança • As mudanças que eu quero fazer são: • As razões mais importantes pelas quais eu quero mudar são: • Os próximos passos que eu planejo para a realização da mudança são: • Pessoas e possibilidades de ajuda são: – Pessoas
– Possibilidades de ajuda
• Saberei se o meu plano está funcionando se: • Algumas coisas que podem interferir no meu plano: O que farei se o meu plano não funcionar: O resumo do plano nos conduz diretamente à questão do comprometimento e isso envolve obter a aprovação e a concordância do cliente quanto ao plano e decidir sobre os próximos passos a serem dados. Isso pode ser feito com uma simples pergunta: “é isso que você quer?”. Também pode ser útil explorar dificuldades e relutância.
A experiência mostra que tornar público um plano de ação aumenta o comprometimento. Esse plano pode ser divulgado para o cônjuge (se estiver presente) e para outros membros da equipe, por meio de telefonemas dados do próprio consultório. Se o cliente sentir que terá dificuldades, podemos fazer um ensaio. Mas lembre-se: ele precisa consentir e querer.
Referência: Miller, W. R.; Rollnick, S. Motivational Interview – helping people change. 3. ed. New York: The Guilford Press, 2013.