Algumas décadas atrás, estudos sobre personalidade evidenciaram as “cinco grandes” atitudes importantes nas quais as pessoas diferem.
- Abertura à experiência
- Necessidade de decisão
- Necessidade de Gratificação
- Introversão versus extroversão
- Necessidade de consistência
Hoje falaremos de Necessidade de decisão.
Um aspecto da personalidade se relaciona com a preferência pela decisão. Um polo dessa dimensão foi chamado de julgamento (não confundir com crítica), e o outro de percepção. As pessoas no extremo do continuum relacionado ao exame de opções de julgamento sentem-se inquietas quando indecisas, preferindo fazer rapidamente uma escolha e seguir em frente, mesmo que não seja a melhor escolha possível.
Aquelas no extremo da percepção, ficam mais à vontade com a ambivalência, sentindo menos urgência em resolvê-la e mais preocupados em não tomar a decisão errada.
Os opostos se atraem. Juntos, esses dois estilos pessoais podem se contrabalançar. Um é mais decisivo e tende a escolher muito rápido ou impulsivamente. O outro prefere examinar de maneira cuidadosa todas as alternativas e ainda pode ter dificuldade em decidir finalmente. Em um comitê ou um júri que toma decisões importantes, ambas as perspectivas são valiosas.
Ao experimentar a ambivalência, quem tende a examinar as opções (alta necessidade de decidir) tende a se sentir inquieto até que uma escolha seja feita, ficando satisfeito em seguir em frente, sem disposição de olhar para trás.
Quem tende à percepção, fica feliz em considerar todas as possibilidades e pode não ficar ansioso até e depois de uma decisão ser tomada. O fantasma do arrependimento pós-decisão tem mais probabilidade de assombrar os que tendem à percepção; eles são mais propensos a ruminar sobre os aspectos negativos da escolha feita e a reconsiderar os aspectos positivos do caminho não percorrido.
Os que tendem a examinar as opções para a tomada de decisão precisam, muitas vezes, ser encorajados a ter paciência e continuar refletindo. Já aqueles que tendem à percepção se confortam por terem dado a devida atenção, aceitando que fizeram a melhor escolha possível, considerando o que sabiam na época.
Referência:
Goldberg, LR. The Structure of Phenotypic Personality Traits. American Psychologist, 48(1), 26–34, 1993.
Miller, W. Pensando melhor… Como a ambivalência molda sua vida. Porto Alegre: Artmed, 2024.