A consulta online varia em um espectro que vai da leitura do paciente navegando na Internet e interagindo com um robô por meio de mensagens de texto, consultoria por telefone e vídeo, antes de chegar a tradicional consulta face a face no outro lado da tela. Onde a EM se encaixa?
Se uma conversa envolve mudança então pode se assemelhar com a consistência da EM.
O uso da EM treina o profissional para estar atento ao não se adiantar a prontidão de mudança do cliente, especialmente com conversas prematuras sobre mudar um comportamento; quando os pacientes não se sentem engajados ou não tem espaço para criar suas próprias ideias.
A consulta remota torna-se vulnerável, como quando um profissional é obrigado a chamar uma lista de pacientes em condição de adoecimento em longo prazo avaliar seu progresso. Em nome da eficiência, pode ser tentador apenas certificar-se de fazer uma série de perguntas sobre o paciente que envolvem progresso e estilo de vida. Esta abordagem “questionário” cria um distanciamento do que parece ser uma boa prática, no entanto não mantém a mudança do comportamento.
O espírito da EM chama a atenção para os fundamentos de uma boa prática. Perca esse espírito e os pacientes vão sofrer.
Mensagens de texto, telefone ou consulta em vídeo destacam a necessidade de um envolvimento hábil. Isso porque em tais conversas você pode encontrar pacientes em uma ampla gama de contextos e ambientes, distrações, interrupções e até rupturas no processo de engajamento.
Os profissionais rotineiramente coletam muitas informações quando os pacientes entram em seus consultórios: a maneira como andam, olham, o que eles estão carregando, e até mesmo o cheiro deles. Isso vale para os dois lados: os pacientes procurarão pistas sobre a confiabilidade do profissional presencialmente. No entanto, com a consulta remota, você enfrenta a perda de tais pistas.
O envolvimento é, portanto, um processo afinado que requer atenção especial em um atendimento a distância.
Referência:
Rollnick, S., Miller, W. R., & Butler, C. C. (2022). Motivational interviewing in health care: Helping patients change behavior. NY: Guilford Press, 2nd edition.