Finalmente o último tipo de ambivalência é: O pêndulo ( largada – parada – largada – parada)
É a ambivalência mais louca de todas porque envolve uma circunstância em que você está suspenso entre duas metas ou opções mutuamente excludentes, ambas com características poderosas de largada e parada. A mesma dinâmica é aplicada a um único objeto de afeto largada-parada, só que agora existem dois (ou até mais). Esse é o cenário clássico “entre dois amores”. Quanto mais perto você chega de um, melhor o outro parece. Então, à medida que você se move em direção ao outro, as falhas se tornam mais aparentes, e o que ficou para trás fica mais atraente. Como a inércia de um pêndulo, você continua balançando para frente e para trás. À medida que o pêndulo se move em direção a um lado de seu arco, o atrito e a gravidade o desaceleram até que ele inverta a direção e balance em direção ao outro lado.
Os efeitos adversos da ambivalência do pêndulo dependem em parte de quanto tempo ela dura. Às vezes, há um cronograma de decisão que limita quanto tempo a ambivalência pode persistir. Sem um prazo claro, a ambivalência do pêndulo pode durar anos ou até décadas. Quando a ambivalência envolve outras pessoas, como em um caso extraconjugal, o dano potencial se estende ainda mais. Este é um exemplo de ambivalência limitada no tempo entre duas opções, cada uma com fortes características de largada e parada. É o enredo básico de muitas histórias e filmes, e de inúmeros cenários da vida real, que culminam em um dilema extremo.
Referência:
Miller, W. Pensando melhor… Como a ambivalência molda sua vida. Porto Alegre: Artmed, 2024.