Cada afirmação automotivacional do cliente deve ser refletida para ele. Assim, o cliente a ouvirá uma segunda vez. A seguir, estão algumas dicas práticas de como evocá-las:
- Utilizando-se de perguntas abertas para explorar suas percepções, sua preocupação, sua intenção de mudar e a confiança em sua capacidade.
- Utilizando-se da balança de decisão (listando o que o agrada e desagrada no uso que faz e na abstinência).
- Aprofundando-se em um dado tópico motivacional levantado, de forma a reforçá-lo e a evocar outras afirmações automotivacionais.
- Pedindo-lhe que descreva os extremos de suas preocupações, que imagine as piores consequências de seu comportamento atual.
- Pedindo-lhe que se recorde de uma época anterior ao problema ter surgido e que a compare com sua situação presente (reconhecer o aumento da tolerância à substância pode ser muito motivador).
- Ajudando-o a visualizar um futuro modificado: “se você decidir fazer a mudança, quais são suas expectativas para o futuro?”.
- Explorando metas, perguntando ao cliente quais são as coisas mais importantes em sua vida. O objetivo é gerar discrepância: descobrir pontos nos quais o comportamento presente entra em choque ou prejudica valores e metas importantes para o cliente. Quando os valores estiverem definidos, perguntamos ao cliente como o problema se encaixa nesse quadro.
- Fazendo uso do paradoxo: assumindo sutilmente o papel do lado “não existe problema algum”. Exemplo: “você veio aqui para conversar comigo sobre isso, mas ainda não me convenceu de que está realmente preocupado. Isso é tudo?”; “não tenho certeza de que você acredita que poderia mudar, mesmo que quisesse”. No entanto, vale ressaltar que essa intervenção é indicada para profissionais experientes na prática da EM e que deve ser utilizada com muita cautela.
Referência: Miller, W. R.; Rollnick, S. Motivational Interview – helping people change. 3. ed. New York: The Guilford Press, 2013.