Fluir com a resistência refere-se a evitação do uso de argumentações e do confronto direto. É freqüente o profissional dizer que o cliente tem um problema e este último defender o ponto de vista oposto. A argumentação direta tende a evocar a resistência nas pessoas. Quanto mais for dito a alguém “você tem um problema”, mais provável será a resposta “não, eu controlo a situação”. Esse tipo de discussão é contraproducente, suscita defesas e resistências no cliente. Alguns terapeutas dão muita importância à disposição do cliente em “admitir” um rótulo diagnóstico, tal como “alcoólatra”. Forçar um cliente a aceitar um rótulo também pode ser contraproducente e não existem evidências que sugerem que a recuperação seja promovida através da persuasão. Acusar os clientes de estarem presos à “negação” ou à “resistência” provavelmente não os motivará para a mudança.
Segundo o princípio de acompanhar (ou fluir com) a resistência, as declarações que um cliente oferece podem ser ligeiramente modificadas ou reformuladas de forma a criar uma nova força de mudança. Fluir com a resistência significa saber reconhecer o momento do cliente e usá-lo (e não ir contra ele) para auxiliá-lo na resolução de sua ambivalência. É preciso ter em mente que as percepções do cliente podem mudar, que novas perspectivas são mais bem recebidas quando não são impostas e, que o cliente é uma rica fonte de soluções para seus problemas.
FLUINDO COM A RESISTÊNCIA:
Evitar a argumentação para a mudança
Resistência não é sinônimo de oposição direta
Novas perspectivas são sugeridas, mas não impostas
O cliente é a fonte de recurso básico na procura de repostas e soluções
A resistência é um indicativo para reagir de forma diferente