Dra. Neliana Buzi Figlie

Acompanhar, direcionar e orientar são três estilos usados na vida cotidiana, assim como na prática clinica. À medida que os problemas surgem, usamos os referidos estilos. Uma maneira de pensar sobre esses três estilos é imagina-los ao longo de um continuum, com o acompanhamento em uma extremidade, o direcionamento na outra e a orientação no meio sendo que você pode optar por utilizar o estilo adequado quando necessário.

Acompanhar: Neste estilo o que predomina é a escuta e o terapeuta acompanha o cliente em seu rumo. O acompanhamento possibilita que o cliente sinta-se mais compreendido, porque demonstra interesse e preocupação por parte do terapeuta. Com relação à mudança de comportamento, o estilo de acompanhar comunica: “Não vou mudar ou forçar você. Vou deixar você resolver isso em seu próprio tempo e em seu próprio ritmo”.

Direcionar: Encontramos como sinônimo de “direcionar”, os termos “gerenciar” ou “liderar”. O direcionamento implica em uma desigualdade no relacionamento, por partir do pressuposto de que, em uma relação, alguém tem mais conhecimento, autoridade, experiência ou poder para poder guiar. No atendimento, o cliente muitas vezes espera do profissional este tipo de orientação, reforçando a ideia de que uma prática totalmente não-diretiva pode deixar o cliente confuso. Com relação à mudança de comportamento, o estilo de direcionar comunica: “Sei como você pode resolver esse problema. Sei o que você deve fazer”. Em várias situações, o cliente poderá depender de decisões, conselhos e ações do profissional, desde que o mesmo adote a postura de sugerir, deixando a decisão na responsabilidade do cliente e não assumindo a responsabilidade pela mudança.

Orientar: O orientador tem o papel de ajudar o cliente a encontrar o caminho. É o cliente quem sabe onde quer ir, porém, o orientador pode auxiliá-lo a chegar lá. Um bom orientador sabe o que é possível fazer e pode oferecer alternativas. Com relação à mudança de comportamento, o estilo de orientar comunica: “Posso ajudá-lo a resolver isso por sua própria conta”.

Referencia: ROLLNICK, Stephen. Entrevista Motivacional no cuidado da saúde: ajudando pacientes a mudar o comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2009.


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