Mudar é difícil. Por muito tempo, os psicoterapeutas pensaram que a chave para fazer os pacientes mudarem era ajudá-los a identificar as barreiras que os impediam. A teoria era oferecer ajuda na identificação dos motivos que impedem a mudança de modo a encontrar uma maneira de eliminá-los, superá-los ou evitar esses obstáculos. Tudo o que você precisava fazer era continuar falando até que todas as barreiras psicológicas e não psicológicas fossem identificadas e removidas, e então o paciente faria as mudanças que tanto desejava e precisava fazer.
Apenas, não funcionou. Muitas barreiras foram identificadas e muitas foram superadas, mas as pessoas ainda tinham problemas para mudar. Além disso, parecia haver um estoque infinito de razões para não mudar. Justamente quando alguém superava um desafio, outro surgia em seu lugar.
Então, um dia, dois profissionais brilhantes, William R. Miller e Stephen Rollnick, tiveram uma ideia. E se o motivo de estarmos tendo tantos problemas para fazer as pessoas mudarem é porque passamos todo o nosso tempo falando sobre motivos para não mudar, em vez de motivos para mudar? E se estivermos realmente persuadindo os pacientes de que a mudança não é desejável ou possível?
Essa ideia se tornou a base para uma nova teoria que dizia que, quando se trata de transformar seu comportamento, as pessoas são ambivalentes. Existem pessoas que desejam se comportar de maneira diferente, ao mesmo tempo que existem outros que desejam continuar do jeito que estão. A melhor maneira de ajudá-los a alcançar a transformação é apoiar e nutrir o que estas pessoas querem mudar, e não focar apenas o que as impede de mudar.